Não te assusta, Zacaria!

Respeito a boa intenção e a sistematização dos folcloristas Paixão Cortes e Barbosa Lessa. Eles não tem culpa sobre o que se tornou o tradicionalismo. A hoje imperiosa massificação cultural era insipiente na época em que estes pesquisaram e representaram tradições gaúchas. E não deixou de dominar até o campo folclórico.

O tradicionalismo hoje tem muito mais de cultura de massas e moralismo institucionalizado do que de folclore. O contato mais importante para que o sul-rio-grandense identifique-se com o gauchismo está na mídia, principalmente na televisão. Os festivais nativistas são espetáculos competitivos. Os CTGs são equipes de gincana. E o gaúcho é um arquétipo que serve de fantasia para momentos cívicos e lúdicos.

As impressões acima são deste blogueiro, baseado muito em textos críticos do professor Tau Golin, mentor do Manifesto Contra o Tradicionalismo, de 2007. Mas escrevi empolgado pela dissertação de mestrado do jornalista Renato Mendonça, defendida esta semana na Ufrgs. Acredito que iremos ampliar o entendimento deste processo com a pesquisa dele sobre o teatro folclórico “Não te assusta, Zacaria!”.

Um aperitivo está em artigo apresentado em reunião da Abrace. Clique aqui pra ler. E aguardamos o texto completo desta ótima contribuição para pensar criticamente a cultura deste sul do mundo.

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