Foca não nada
Jornalista recém formado, ou estudante ainda, não pode ser outro bicho, se não: foca. A exceção à regra é possível no caso de ser filho de peixe, quando o mar estende-se pra onde se der uma nadadeirada.
Vamos às qualidades de tal mamífero simpático, bobalhão, gut-gut. Só não vale falar que o bigode lhe confere ares de esquerdista. Talvez trotskista. Pois tal pecha dá um resultado interessante no vídeo, mas pra explicar complica demais. Já pensou uma foca de microfone na mão?
Foca não nada. Foca anda desajeitada. Sai pra rua em busca da notícia e corre o maior risco de protagonizá-la. Que bicho consegue empunhar a máquina fotográfica, a caneta, o bloco de anotações, o telefone e os conselhos daquele professor fodão, ao mesmo tempo? Talvez um polvo. Foca não.
O foca não! Foca não cobre assassinato, mas sim acidente na esquina da redação. Aplicado, ele volta empolgado com informações exclusivas, tipo o número de caquinhos em que se espatifou a sinaleira do fusca.
Depois de um tempo, bom é ver a mutação da foca que não se acha mais foca. Crescem-lhe óculos escuros para mediar a realidade. Adornam-lhe os primeiros fios grisalhos. Pendura-se na parede o primeiro regalo. Aí ele acha mesmo que é um jornalista. Vira pavão! E continua sem saber nadar.
aaa!! agora entendi a procura por focas pro rodinho.!!!
ResponderExcluirmas pela qualidade da ultima edicao, estão nascendo penas coloridas em focas que nem jornalismo fazem! eehe
Mas é um casi-poeta esse JV!
ResponderExcluirSensacional! A evolução no jornalismo dá-se assim? Transmuta-se a foca em outros bichos até chegar a pavão? Há algo mais evoluído do que pavão? Será possível algo como uma foca com penas coloridas? Adorei as possíveis figuras!
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