Te gusta los Beatles, prenda minha?
Hoje os Beatles estão chegando a Passo Fundo para o show do século. Mas não é a versão do Paraguai que toca sempre aqui nos pubs britânico-médio-planaltenses. Falo sério! Pois nunca peço cerveja no Boka, peço: “me dá uma Original”.
É com essas comparações pop-etílicas que tento expressar a ansiedade que enfrento hoje, como dedicado fã.
Agora vamos ao fato em si, deixando a metonímia de lado. Pois o show não é dos finados Beatles ingleses e eu prefiro tomar cerveja Polar – só porque é daqui, entende?
Na real, Passo Fundo recebe hoje um grupo formado nos festivais nativistas da vida oitentista do Rio Grande do Sul. Portanto o som traz um quê de gauchismo e latinidade. E os Beatles são apenas uma das referências, entre as milhões de outras, sejam do ocidente industrial ou do oriente espiritual.
Minha idolatria chama-se Tambo do Bando. São os Beatles do meu toca-disco.
Claro, se esse nome estivesse no título do artigo, tu não o estarias lendo, pois provavelmente nunca ouviste falar nele. Salvem os que um dia, em certa época, viveram no Estado o que se compara aos tempos hippies nos EUA. Não é meu caso. Quando o movimento Nativista teve seu auge, eu chupava bico. Mas o que importa? Qual fã dos Beatles estava vivo quando eles lançaram Sargent Peppers Lonely Heart Club’s Band?
A diferença é que nas lojas não encontramos a discografia completa do Tambo do Bando pra vender. Mas vejamos pelo lado positivo. Os Beatles nunca vieram e nunca virão a Passo Fundo nunca! Então, leitor, consegues perceber a oportunidade esplêndida que temos hoje?
Vou tentar ser mais incisivo. Tu gostas de rock? E de MPB? Tu te achas gaúcho pra caramba? E a pergunta fatal: Tu já ouviste alguma música que unisse tudo isso e não fosse um Frankstein? So, enjoy the club! Pelo menos essa noite. São apenas 10 pilas. Recomendo ligar lá pro Alemão, no 3045-1714, e reservar uma mesa.
Não vejo a hora do acender das luzes. Quando Beto Bollo (guitarra e voz), Leandro Cachoeira (violão e voz), Marcelo Lehmann (teclado e voz) e Texo Cabral (flauta e voz) subirem ao charmoso palco do Velvet Bar, serei tal qual adolescente cabeludo que veste camiseta preta com a foto da banda.
Então acenderei o isqueiro e rezarei ao Deus do rock, ou melhor, para o super-letrista Sérgio Jacaré Metz, que foi de longe mais virtuoso, ao dedilhar as palavras, que qualquer Joe Satriani na guitarra.
Let’s rock, tchê!
Texto publicado em 29 de novembro de 2006 no jornal O Nacional, Passo Fundo RS.
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