O contragolpe firme e sereno de Alex Cuba
Buenas! Pra começar o dia num estado de espírito firme e sereno, indiquei no Twitter hoje a mensagem musical perfeita, de Alex Cuba, do videoclipe “Yo no sé”. Na sequência, escrevi uma thread sobre o novo disco do cancionista. Agora reproduzo aqui neste post do blog.
O cantor e compositor cubano, radicado no Canadá desde 1999, não abusa de sua posição nórdica. Seu novo álbum intitula-se "Sublime", palavra que se escreve da mesma forma e significa o mesmo em Inglês, Francês, Espanhol e Português. Mesmo em condição imigrante, o artista soa bastante sua latinidad. Reforçam essa estética participações luxuosas das lendas cubanas Omara Portuondo e Pablo Milanés, do dominicano Alex Ferreira, dos mexicanos Silvana Estrada e Leonel García, além do conterrâneo Kelvis Ochoa.
Já havia ficado impressionado com o último disco de Alex Cuba, "Lo único constante" (2017), pelo capricho na produção, apuro em sua performance e consistência das canções. No entanto, achava um pouco técnico demais. Neste novo "Sublime" (2019), o 7º da carreira, mais acústico, senti a resolução daquela crítica. É orgânico, sensível, caloroso. Continua tecnicamente impecável.
No disco tem romantismo, embalo caribenho e muitas melodias que grudam no ouvido. “Dividido” é uma delas: “el mundo está dividido/ se vas a bailar conmigo, escoge qualquier camino”. Arranjos vocais, percussão sutil e violões. Minimalismo.
As letras circulam em torno de temáticas do cotidiano, românticas e de apelo à sensibilidade humana, como em "Voz de corazones":
"Volvamos a empezar
A respirar las flores
Dejándonos llevar
Por risas y colores
Volvamos a inventar
Un mundo de ilusiones".
Também há temas femininos, como em "Las Mujeres" e "Ciudad hembra".
A impressão que dá é que Alex Cuba chegou a um disco maduro, que incorpora toda a sua trajetória. Pode ser um clichê esse comentário. Mas é o que melhor representa a nova produção de um compositor que já ganhou dois Latin Grammys (2010 e 2015) e dois Juno Awards (2006 e 2008).
Não há golpe contra a democracia na América Latina que desanime e impeça o ouvinte de se entregar a "Sublime", de Alex Cuba. Sigamos firmes e serenos!
“Baila como lo hace la esperanza
Alcanza el grito que resuena en mi garganta”
(Hoy como ayer - Alex Cuba)
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