A fama do bugio

Publicada a 4ª reportagem da série Gêneros Musicais Gaúchos, que produzo para o Jornal do Comércio. Desta vez, aquele que dizem ser o mais original, o bugio. 

Entrevistei nomes como Elton Saldanha, Valdir Verona, Léo Ribeiro, entre outros, para saber quais são as principais versões da origem do ritmo.

Também busquei informações atualizadas sobre o processo de reconhecimento do bugio como patrimônio imaterial do Rio Grande do Sul, após um acordo de paz entre as duas cidades gêmeas que disputam o título de berço do ritmo.

Leia aqui a reportagem completa no site do Jornal do Comércio.

Abaixo, alguns trechos destacados:

Sobre o bugio, Adelar Bertussi afirmou que é nativo indígena: "a tribo dos kaingang aqui dançavam bugio a madrugada inteira". No entanto, parte da sociedade serrana desaprovava-o por causa da sensualidade atribuída aos movimentos. "Era proibido nos bailes aqui em cima dançar a dança do bugio", recordou.

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Yamandu Costa, hoje violonista famoso internacionalmente, venceu em 1995 a categoria infanto-juvenil do Ronco do Bugio, em São Francisco de Paula. E cantando! O jovem Diamandú, conforme assinava, interpretou Gaita Mulata, de autoria de Léo Ribeiro.

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Valdir Verona compara também a célula do bugio com as do maxixe, do lundu e da habanera. "A partir do momento que tem essa colcheia pontuada, isso é afro", conclui. Por isso, acredita que é insuficiente a análise apenas sobre o ritmo. Existe toda uma linguagem que compõe o gênero musical. Com isso, assegura que o jeito de tocá-lo no acordeon é único dos gaúchos.

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A inspiração de Elton Saldanha vem de contatos com o animal: "na minha cidade, Itaqui, tinham uns bugios tão mansos que eles desciam das árvores para a calçada, pegavam da tua mão e iam até a esquina, caminhando, para ver se tu dava alguma coisa para ele". Já no festival da Barranca, Elton relata que os bugios se agitam muito com a música do acampamento. "Às vezes, eles brigam com a gente, arremessam coisas", conta.

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