Sumiço e ressurgimento da viola no sul do Brasil

Valdir Verona, expoente da viola no Rio Grande do Sul, e o acordeonista Rafael De Boni

Terá lançamento no próximo dia 30 de julho o segundo número do zine Travessias, editado pela turma do Nonada – Jornalismo Travessia. A publicação contém artigos de jornalistas e escritores (as) sobre o tema da memória. Entre eles, uma reportagem especial que produzi, recuperando a história da viola, instrumento de dez cordas que andou meio sumido no sul do país.

Devo esta pauta à nova cruzada do historiador Tau Golin contra o senso comum. O professor vem há tempos inquietando-se com o fato de a viola ter sido um instrumento importante no Rio Grande do Sul, ligado à experiência missioneira e ao tropeirismo, mas que quase desapareceu, ofuscado pelo protagonismo do acordeon.

Clique aqui para informações sobre o lançamento do zine em Porto Alegre.

Para escrever a reportagem, entrevistei pesquisadores de universidades e fui atrás de músicos que hoje se dedicam a reintegrar a viola à música gaúcha, como Valdir Verona (região serrana), Angelo Primon (capital) e Giancarlo Borba (litoral).

Leia abaixo dois trechos da reportagem “O desaparecimento meridional da viola e seu retorno no século da diversidade cultural”:

“...após o período conturbado de proclamação da independência do Brasil, o nomeado governador de armas, Menna Barreto, trouxe de São Borja para a capital gaúcha um regimento guarani de sua confiança para patrulha. Além da função militar, o grupo também atuava como banda, tocando montados a cavalo vários instrumentos de sopro, viola e rabeca. O conhecido regimento militar guarani foi registrado por Saint-Hilaire em 1821, no seu relato Viagem ao Rio Grande do Sul”.

“Valdir Verona é descendente de imigrantes italianos, da terra onde se aquerenciou a gaita, a serra gaúcha. Sem ressentimentos pelo instrumento preterido, há dez anos convidou o parceiro Rafael De Boni para um duo de viola e acordeon. O trabalho deles já rendeu dois discos, muitos shows pelo Brasil e alguns prêmios”.




Leia aqui a versão digital, disponibilizada em 18/07/2017.

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