E a culpa é do Kleiton Ramil
Segue coluna do colega e irmão, Daniel Bittencourt, publicada na edição de hoje do jornal O Nacional, de Passo Fundo (RS). Que momento!
Mudar de ares, de vez em quando, faz com que novas idéias surjam na cabeça. Faz com que novas nuances apareçam como de forma mágica, simples e pura. E mudar sempre é bom. Não dentro daquela intenção de chocar alguém ou de se mudar pelo simples fato de que “sou uma metamorfose ambulante”. Não. Mudar pode ser algo bem descomplicado.
Pode ser uma viagem para uma cidade das redondezas; pode ser uma ida a uma praça que você sempre quis adentrar, mas nunca se deu ao luxo; pode ser um telefonema para alguém que você tanto quer falar, só que teme a voz do outro lado do fone. Mudar pode ser tudo.
Quem sabe sair de onde você se encontra para desbravar locais onde seus pés nunca pisaram. Ou, talvez, retornar para algum lugar onde alguém que mora lá lhe marcou profundamente, mas cuja reação com relação a sua presença é uma incógnita. Mudar pode ser desviar uma rota. É trocar a rotina por alguma coisa nova. É fazer um novo caminho para ir ao trabalho. É subir em um ônibus que você nunca pegou, só para saber até aonde ele vai...
O mundo muda. As vias mudam. A vida muda. As pessoas mudam. Pode parecer piegas, mas ainda creio neste último. Digo isso por que neste final de semana resolvi viajar. Resolvi mudar de ares. Mesmo sabendo onde pisaria, novidades surgiram como que por milagre, força do destino ou por acaso mesmo. Há horas que eu procuro por um sinal, mas meio que em vão. Não procuro ele, deixo acontecer para ver no que vai dar. E me parece que ele veio. E a culpa é do Kleiton Ramil.
Estava eu lá, parado, ouvindo meu Nando Reis, depois de curtir um Tim Maia, e eis que ao meu lado, está ele. Um ar bonachão, daquelas figuras que mais parecem um velho conhecido de seus pais do que o Kleiton do finado Almôndegas. E esse cara tem uma importância muito grande para mim. Suas músicas – em parceria com seu irmão Kledir – marcaram uma fase bem importante da minha existência. E você deve estar se perguntando: o que o Kleiton tem a ver com mudanças? Se pararmos para pensar, nada, mas tem. Tem para mim.
Não é todo o dia que se tem a possibilidade de conversar com uma pessoa que você admira. E falo de admiração pelo trabalho que ele fez. E é aqui que entra toda a questão de mudança. Depois de minutos conversando sobre música, apresentações pelo Brasil e para fora, e a vida privada de nós dois, chegamos a um ponto crucial:
Daniel: gosto muito do trabalho de vocês. Desde o Almôndegas até hoje.
Kleiton: Legal, mas você é novo para conhecer bem isso.
- É verdade, mas meus pais curtiram muito e me passaram este gosto musical.
- Legal. Que idade você tem?
- 29.
- É. É novo ainda... mas que legal que você gosta do nosso trabalho.
- Pois é, sabe que tenho o primeiro disco da dupla gravado ao vivo? Que disco bom.
- Aham, foi muito bom fazer aquele trabalho. Foi em 2005, eu acho...
- É, foi sim.
- Mas faz tempo que vocês não se reinventam, né?
- Ahh, faz mesmo. Sabe que eu não agüentava mais ficar tocando nosso trabalho dos anos 1970, 1980?
- Imagino...
- E agora não. Entramos em estúdio. Com produção de um amigo nosso que é inglês.. Ele tocou numa banda que foi bem conhecida nos anos 1990, na Bliss...
- Sim, já ouvi.
- Pois é. Daí nós (Kleiton e Kledir) chamamos ele para produzir nosso novo disco de estúdio e foi bem legal. O Cara trabalha bem com produção ao vivo, que foi o caso deste disco que você tem, mas ainda não sabíamos como seria em estúdio. E foi uma experiência muito boa. Vi algumas coisas que ele havia feito para a Paula Toller (Kid Abelha) e resolvemos encarar.
- Bacana isso, Kleiton. É vocês tocam sucessos da dupla, certo?
- Não. Ai é que está. Fizemos o primeiro disco de inéditas em 20 anos... E isso é ótimo.
- Nossa, que legal. É verdade. Fazia tempo que vocês não gravavam músicas novas...
- Aham, e sabe que isso deu uma força nova? Como te disse, eu já não agüentava ficar tocando aquelas músicas...
E a conversa seguiu para outros rumos desconhecidos, mas não menos importantes. Só o que importa aqui é a tal da mudança. Se o Kleiton, que é uma pessoa que considero muito pelo seu trabalho musical, conseguiu assumir para um estranho que mudar, independentemente da idade e do momento em que se encontra, é possível, porque um cara assim como eu, com seus 29 anos de idade, pensa que não conseguiria?
Mudar de ares, de vez em quando, faz com que novas idéias surjam na cabeça. Faz com que novas nuances apareçam como de forma mágica, simples e pura. E mudar sempre é bom. Não dentro daquela intenção de chocar alguém ou de se mudar pelo simples fato de que “sou uma metamorfose ambulante”. Não. Mudar pode ser algo bem descomplicado.
Pode ser uma viagem para uma cidade das redondezas; pode ser uma ida a uma praça que você sempre quis adentrar, mas nunca se deu ao luxo; pode ser um telefonema para alguém que você tanto quer falar, só que teme a voz do outro lado do fone. Mudar pode ser tudo.
Quem sabe sair de onde você se encontra para desbravar locais onde seus pés nunca pisaram. Ou, talvez, retornar para algum lugar onde alguém que mora lá lhe marcou profundamente, mas cuja reação com relação a sua presença é uma incógnita. Mudar pode ser desviar uma rota. É trocar a rotina por alguma coisa nova. É fazer um novo caminho para ir ao trabalho. É subir em um ônibus que você nunca pegou, só para saber até aonde ele vai...
O mundo muda. As vias mudam. A vida muda. As pessoas mudam. Pode parecer piegas, mas ainda creio neste último. Digo isso por que neste final de semana resolvi viajar. Resolvi mudar de ares. Mesmo sabendo onde pisaria, novidades surgiram como que por milagre, força do destino ou por acaso mesmo. Há horas que eu procuro por um sinal, mas meio que em vão. Não procuro ele, deixo acontecer para ver no que vai dar. E me parece que ele veio. E a culpa é do Kleiton Ramil.
Estava eu lá, parado, ouvindo meu Nando Reis, depois de curtir um Tim Maia, e eis que ao meu lado, está ele. Um ar bonachão, daquelas figuras que mais parecem um velho conhecido de seus pais do que o Kleiton do finado Almôndegas. E esse cara tem uma importância muito grande para mim. Suas músicas – em parceria com seu irmão Kledir – marcaram uma fase bem importante da minha existência. E você deve estar se perguntando: o que o Kleiton tem a ver com mudanças? Se pararmos para pensar, nada, mas tem. Tem para mim.
Não é todo o dia que se tem a possibilidade de conversar com uma pessoa que você admira. E falo de admiração pelo trabalho que ele fez. E é aqui que entra toda a questão de mudança. Depois de minutos conversando sobre música, apresentações pelo Brasil e para fora, e a vida privada de nós dois, chegamos a um ponto crucial:
Daniel: gosto muito do trabalho de vocês. Desde o Almôndegas até hoje.
Kleiton: Legal, mas você é novo para conhecer bem isso.
- É verdade, mas meus pais curtiram muito e me passaram este gosto musical.
- Legal. Que idade você tem?
- 29.
- É. É novo ainda... mas que legal que você gosta do nosso trabalho.
- Pois é, sabe que tenho o primeiro disco da dupla gravado ao vivo? Que disco bom.
- Aham, foi muito bom fazer aquele trabalho. Foi em 2005, eu acho...
- É, foi sim.
- Mas faz tempo que vocês não se reinventam, né?
- Ahh, faz mesmo. Sabe que eu não agüentava mais ficar tocando nosso trabalho dos anos 1970, 1980?
- Imagino...
- E agora não. Entramos em estúdio. Com produção de um amigo nosso que é inglês.. Ele tocou numa banda que foi bem conhecida nos anos 1990, na Bliss...
- Sim, já ouvi.
- Pois é. Daí nós (Kleiton e Kledir) chamamos ele para produzir nosso novo disco de estúdio e foi bem legal. O Cara trabalha bem com produção ao vivo, que foi o caso deste disco que você tem, mas ainda não sabíamos como seria em estúdio. E foi uma experiência muito boa. Vi algumas coisas que ele havia feito para a Paula Toller (Kid Abelha) e resolvemos encarar.
- Bacana isso, Kleiton. É vocês tocam sucessos da dupla, certo?
- Não. Ai é que está. Fizemos o primeiro disco de inéditas em 20 anos... E isso é ótimo.
- Nossa, que legal. É verdade. Fazia tempo que vocês não gravavam músicas novas...
- Aham, e sabe que isso deu uma força nova? Como te disse, eu já não agüentava ficar tocando aquelas músicas...
E a conversa seguiu para outros rumos desconhecidos, mas não menos importantes. Só o que importa aqui é a tal da mudança. Se o Kleiton, que é uma pessoa que considero muito pelo seu trabalho musical, conseguiu assumir para um estranho que mudar, independentemente da idade e do momento em que se encontra, é possível, porque um cara assim como eu, com seus 29 anos de idade, pensa que não conseguiria?
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